skincare, haircare e mindcare

Boticário Match Ciência das Curvas: resenha de 7 produtos da linha

Não sei há quanto tempo O Boticário estava ausente aqui de casa. 

São uns bons anos sem contato com nenhum item da marca.

Mas, por história de vida, desde a infância aprendi a associar Boticário com produtos caprichados. 

Umas tantas embalagens icônicas, perfumes que acariciam o olfato, reputação de presente bom.

Vi anúncio de lançamento da Match Ciência das Curvas e considerei como convite para quebrar o saudosismo.

Me atirei: comprei logo 7 produtos da linha. Shampoo, condicionador, máscara, booster de nutrição, óleo, creme de pentear e sérum para couro cabeludo.

Desde que chegaram, só tenho utilizado Match Ciência das Curvas na rotina.

Com base nas expectativas de reencontro com a marca e experiências diárias com os produtos, narro meus apontamentos — e desapontamentos.


O texto é longo, pois escrevo sobre sete itens (e não sou de economizar palavras!).

Portanto, vou deixar um índice logo abaixo para que você possa avançar para a resenha do produto que te interessa.

Basta clicar no título para ir direto ao tópico:

▪️Shampoo Match Ciência das Curvas

▪️Condicionador e Leave-in Match Ciência das Curvas

▪️Máscara Capilar Hidratante Match Ciência das Curvas

▪️Booster Capilar de Nutrição Match Ciência das Curvas

▪️Creme Para Pentear Match Ciência das Curvas

▪️Óleo Capilar Concentrado Match Ciência das Curvas

▪️Sérum Revitalizador Para Couro Cabeludo Match Ciência das Curvas

Como participante do Programa de Associados da Amazon, sou remunerada pelas compras qualificadas efetuadas.

Antes de continuarmos a conversa, vamos combinar uma coisa: tudo o que você vai ler é apenas minha perspectiva. 

Podemos chegar a resultados diferentes, ainda que tenhamos cabelos com características semelhantes (os meus são ondulados, finos, atravessados por químicas).

E digo isso, principalmente, porque me deparei com “desacertos” com a linha. 

Vou tentar contextualizar direitinho o que funcionou e o que não funcionou para mim, explicando meus porquês. 

Aí você avalia o que é pertinente para você, tá bom?

A ideia por aqui é sempre ser honesta e nunca a dona da verdade. 

Acho que um bom ponto de partida para falar sobre o desempenho de um produto é analisar os benefícios que a marca promete.

Então, vou destacar as características do shampoo Match Ciência das Curvas que O Boticário apresenta em seu site e seguimos o papo:

Pois é, eu avisei: tive meus momentos de discrepância com a Ciência das Curvas.

E tudo começa com o shampoo.

Quanto à limpeza eficaz, posso concordar — pois entendo que o foco de um shampoo é higienizar o couro cabeludo e, nesse sentido, fiquei satisfeita.

Ainda assim, me antecipo num detalhe: o shampoo Match Ciência das Curvas é low poo (ou seja, sem sulfatos). Portanto, se você utiliza produtos “não liberados” (finalizadores com silicones, por exemplo), é possível que a percepção de limpeza não seja tão contundente.

Minha questão com o shampoo é outra: sua alegação de hidratante.

No momento em que O Boticário rotula o produto com essa característica, eu imagino que — tal como outros shampoos hidratantes — ele seja gentil com meus fios, levantando as cutículas capilares para varrer a sujeira, sem criar bagunça.

Mas não foi essa a experiência que tive.

Meus cabelos embaraçam muito com o shampoo Ciência das Curvas e, com o uso diário, a situação foi ficando pior.

Cheguei a usar o óleo da linha, a máscara e o booster como pré-shampoo e não adiantou. 

Fiz lavagem reversa, usando o condicionador Match Ciência das Curvas antes do shampoo. Não amenizou o problema.

Antes de começar a usar os itens do Boticário, lavei o cabelo algumas vezes com o shampoo anticaspa AC-01 da Principia (que tem sulfato) para fazer uma espécie de detox e preparar o terreno. Desde então, passei longe dos proibidões.

Mas, ainda que resíduos de produtos incompatíveis com técnicas de low poo/no poo fossem os culpados, eu argumentaria que a promessa de hidratação não faz esse alerta.

Enfim, para um shampoo hidratante, esperava uma performance diferente.

Nas primeiras vezes que usei o shampoo Match Ciência das Curvas, tive uma impressão dúbia.

Se, por um lado, não o classificaria como “hidratante”, por outro lado, diria que ele não chega a ressecar os fios. 

Porém, conforme fui repetindo as aplicações, o tato pós-enxágue ganhou cada vez mais aspereza — especialmente nas partes mais danificadas.

Acredito que em cabelos naturais (sem química) ou com porosidade comportadinha, o efeito seja outro. 

Onde meus fios estão mais “intactos”, enfrento embaraçamento, mas não sinto ressecamento. Agora, naquele palmo final do cabelo… a situação fica crítica. 

Após a sequência de tratamento, chego ao equilíbrio. O cabelo fica macio e a aspereza some.

Mas, até o resultado final, luto com a sensação de uma porosidade exacerbada e enfrento bastante dificuldade para desembaraçar os fios.

Já vivi períodos de no poo (amo cowashes; eles fazem parte de minha rotina até hoje) e flertei com low poo. 

Tive boas experiências mas, atualmente, prefiro shampoos com sulfato. Na realidade, faz um tempo que shampoos low poo me causam suspeitas

Pode parecer um contrassenso, mas, com frequência, os agentes de limpeza low poo (que, em tese, seriam mais suaves) se mostram intensos demais para a delicadeza de meus fios.

Mas existem exceções. E apostei que o shampoo Match Ciência das Curvas seria uma delas.

Não rolou. Ele mafagafa meus cabelinhos com vontade.

Na minha opinião, o rendimento do shampoo é bacana. Espalhabilidade boa, espumação idem

Contudo, não o definiria como concentrado. Shampoos da Wella, Kerasys e L’Oréal, por exemplo, facilmente dispensam uma segunda aplicação e deixam meus fios limpos com uma pequena quantidade.

Sei que a comparação pode parecer meio injusta, mas a referência ao alto rendimento me fez crer que o shampoo do Boticário se uniria ao clã dos notáveis.

Posso até usar uma quantidade moderada, mas aí não consigo descartar uma segunda demão de shampoo. 

Para mim, o GRANDE trunfo da linha Match Ciência das Curvas. A perfumação abundante (e prolongada) é inquestionável.

Cabelos exalando DNA do Boticário? Temos.

Gostei muito da fragrância, da imersão perfumosa que a linha inteira proporciona.

Se fosse escolher produtos considerando o quanto me elevam ao patamar de pessoa-cheirosa, me agarraria em Ciência das Curvas.

Aqui, vale uma observação: shampoo, condicionador, boosters (há o de nutrição e o de reconstrução), sérum para couro cabeludo, óleo e leave-in leve são produtos da linha indicados para todas as curvaturas (ou seja, foram projetados para atender cabelos ondulados, cacheados e crespos).

Mas também existem itens direcionados a públicos específicos. 

As máscaras, por exemplo, aparecem em 2 opções: uma para cabelos de curvatura 2ABC até 3ABC (ondulados a cacheados) e outra para curvatura 4ABC (crespos).

O mesmo ocorre com os cremes de pentear — também em 2 versões, seguindo o critério de diferenciação sugerido nas máscaras.

Por fim, há a gelatina capilar memorizadora (jelly), recomendada para cabelos cacheados e crespos.

Se você prioriza comprar produtos especialmente formulados para o seu tipo de curvatura, fique de olho nessas orientações.

Eu acabei adquirindo itens voltados aos cabelos crespos — máscara e creme de pentear — mesmo tendo cabelo ondulado. Mas chegaremos lá e explicarei minhas razões.

Por ora, cabe enfatizar que o shampoo não faz distinções.

No início do post, comentei que estou fiel à Match Ciência das Curvas.

Mesmo sofrendo adversidades com o shampoo, me mantive firme no compromisso.

Foram dias de testes e foi só quando terminei de escrever sobre o shampoo que me dei conta de uma coisa. Toda essa exclusividade fez com que eu conhecesse cada item da linha sempre por intermédio do shampoo. 

E se o shampoo traz um resultado desfavorável, o desempenho dos demais produtos precisa se preocupar em compensar.

Vou falar do que achei do shampoo Ciência das Curvas junto ao condicionador, mas quero acrescentar um desvio.

Resolvi interagir com os produtos excluindo o shampoo da equação.

Posso dizer que isso mudou o rumo da prosa.


Vamos seguir naquele esqueminha: vou me pautar pelos benefícios alegados pela marca (na embalagem/site) e, a partir deles, discorro opiniões e opiniães.

Comecei por essa característica porque, em função do embolamento que meu cabelo ficava após o shampoo Ciência das Curvas, me vi exagerando na quantidade de produto para gerenciar a coisa.

Ficava triste, porque me sentia enganada em relação à promessa de alto rendimento. 

É uma medida importante para pesar custo-benefício

Se o produto rende pouco, o dinheiro investido dói mais.

Então, fiz o teste mudando o shampoo (usei Babosa Pura Left Cosméticos, Anticaspa da Principia, Shampoo 7 Ervas Granado, Lola Ondulados …). Houve um salto na performance.

Estou pronta para afirmar que a rentabilidade é legítima.

Atuando como condicionador, o Match Ciência das Curvas realiza plenamente suas funções (falaremos sobre elas logo em seguida) demandando quantidade modesta. Só para dar uma noção, posso aplicar a mesma quantidade que um condicionador da Truss.


Mas o condicionador Ciência das Curvas é multiuso. Pode comprir papel de leave-in.

E aí, com o cabelo bem tratado, ele me parece ainda mais potente.

Recomendo ir com calma, especialmente se você tem cabelos finos que logo estranham excessos (minha situação).

Sabe a história do pouco que vai longe? Então.

De novo, um contraste. 

Com o shampoo do Boticário, cheguei a aplicar duas demãos de condicionador e, ainda assim, saí do banho com o cabelo embaraçado (coisa incomum na minha rotina).

Na substituição do shampoo, tudo flui. Consigo dissolver os nós apenas enluvando e passando os dedos.

O enxágue é bem prazeroso e não deixa nada a desejar para uma máscara em termos de sensorial de tratamento.

Bom, essa coisa de “quatro vezes” é o que a marca descobre em estudos, medindo resultados em laboratório.

Não me intrometo nos números. Me limito a concordar com a premissa.

Última vez (ao menos neste tópico) que falo sobre o shampoo Ciência das Curvas, tá bem? Prometo.

É que não tem jeito, o condicionador não tinha força para resolver os problemas do shampoo. Nem o resto da linha, para já ir adiantando enredo.

Pela dificuldade de pentear os fios, acabava gerando mais quebra que o habitual.

Mas bastou fazer o teste com outros shampoos que entendi a proposta.

O cabelo fica totalmente alinhado, 100% penteável. Qualquer possível embaraço (mesmo nos cabelos secos) sede ao mínimo esforço — o que, por consequência, reduz a quebra.

Agora, vamos falar do condicionador Match Ciência das Curvas na função de leave-in.

O Boticário informa que os ativos protagonistas são um blend hidratante molecular (com babosa, ácido hialurônico e karité) e um complexo de 7 óleos africanos (baobá, moringa, nigela, tamanu, opuntia, karité e coco).

Utilizando o produto como leave-in, a presença dos óleos me parece bem efetiva, ajudando a reter a hidratação e amenizar (bastante) a porosidade, impactando também na redução do frizz.

Fico feliz com a projeção de ondas que o condicionador/leave-in Ciência das Curvas confere aos meus fios. 

Ganho um pouco de volume e o ondulado natural se sustenta ao longo do dia — sendo que eu não paro NUNCA de mexer nos cabelos.

Pouca experiência nesse ramo. Só usei o Match Ciência das Curvas com o óleo da linha. Aliás, funciona muito bem e recomendo o parzinho. Para quem tem pontas ressecadas, um bálsamo.

Outras características:

  • Alta perfumação.
  • Condicionador vegano.
  • 100% liberado para low poo e no poo.
  • Adequado a curvaturas de 2A a 4C.
  • pH 3,5 a 4,5.

Como explico minha opção pela máscara capilar para cabelos crespos?

Em parte, confesso, foi por uma desatenção na hora de selecionar os produtos. Peguei tanto a máscara quanto o creme de pentear destoantes de minha curvatura.

Mas o que começou com um erro, se mostrou um acerto.

Vou falar das características da máscara Ciência das Curvas e acredito que você irá me entender.

Quando fiz a resenha da máscara Nutrição Power Manteiga de Abacate Yamy, comentei que adoooro um superlativo.

Sou seduzida por palavras que sugerem desempenho extremo.

Acredito que a versão para cabelos ondulados e cacheados me agradaria de outra forma pois, presumo, trata-se de um produto um pouco mais leve (o que cai bem em cabelos finos como os meus).

Mas a promessa de intensidade falou mais alto. 

Recentemente, venho investindo em cosméticos capilares — como a máscara 2 em 1 Arvensis — que, embora possam conflitar com minha curvatura ou, eventualmente, com a espessura dos meus fios, me parecem em maior sintonia com meu nível de porosidade capilar.

E, nesse sentido, tenho zero defeitos a apontar sobre o desempenho da máscara Match para cabelos crespos.

Por ser uma máscara de hidratação — o Boticário sugere que ela seja usada nessa etapa do cronograma capilar —, penso que a recorrência de uso não precisa ser tão limitada.

Venho intercalando máscara e condicionador nas lavagens (vez ou outra, aplico ambos) e me parece uma boa tática.

Porém, caso não tivesse comprado o condicionador, me sentiria segura para apostar no uso diário da máscara (diminuindo o tempo de pausa, talvez).

O que eu noto, dia após dia, ao repetir os produtos da linha Match Ciência das Curvas na rotina, é que meu cabelo parece cada vez mais robusto.

Percebo a fibra capilar realmente cada vez mais recomposta, com aspereza SUBSTANCIALMENTE intimidada.

“Os lipídios capilares são cruciais para a proteção contra danos ambientais e químicos; prevenção de quebra e queda de cabelo; servem como uma barreira contra a perda de umidade e melhoram o brilho, a elasticidade e a resistência à tração da haste do cabelo.”

Fonte: Hair Lipid Structure: Effect of Surfactants, artigo científico disponível no site MDPI

Procedimentos químicos (como descolorações, tinturas e alisamentos), uso de ferramentas térmicas e até os processos de higienização abalam o conteúdo lipídico natural dos fios.

Diante da perda dessas gorduras essenciais, o cabelo pode se mostrar gradualmente mais frágil, quebradiço, ressecado.

Conforme o grau de dano (e hábitos diários), a reposição lipídica precisa ser mais ou menos “reforçada”, a fim de compensar os estragos.

Lavo o cabelo todos os dias, tenho fios descoloridos e, dependendo da disposição, uso secador, escova modeladora ou escova rotativa.

Dificilmente consigo abrir mão de um óleo finalizador justamente porque meus lipídios originais-de-fábrica são submetidos a provas que testam sua extinção.

Portanto, “dobro de carga lipídica” é benefício que atrai.

Outras características:

  • Fórmula de alto rendimento.
  • Alta perfumação.
  • Máscara vegana e 100% liberada para no poo.

Na embalagem do booster de nutrição constam duas sugestões de uso

A primeira delas indica a aplicação do produto logo após enxágue do shampoo, concentrando a distribuição no comprimento e pontas. 

O tempo de ação é um espetáculo: bastam 30 segundos de pausa e já pode enxaguar. 

Resultado de cabelo MUITO nutrido, totalmente desembaraçado e tratamento que não vai embora com a água (mesmo com enxágue abundante).

A segunda sugestão é uma misturinha

O Boticário indica a combinação de 1 parte de booster com 1 parte da máscara hidratante (ideal para etapa de nutrição do cronograma capilar), com tempo de pausa entre 3 a 5 minutos.

Usei das duas formas e, independente do modus operandi, o booster Match Ciência das Curvas vai além da expectativa

Em termos de praticidade (sem prejuízos de desempenho), a utilização do booster como único tratamento (dispensando adição de máscara ou condicionador) me encantou. 

Escolha óbvia para dias apressados, que pedem um ritual de haircare tão efetivo quanto ágil.


Mas vamos manter o padrão e seguir na discussão dos benefícios alegados X benefícios percebidos

Seguinte:

Já achei a máscara Ciência das Curvas Crespos beeem nutritiva. O condicionador também precisa ser exaltado por esse mérito. Mas o booster… olha… coisa-fina, viu?

Ultra concentrado, emoliência instantânea, rendimento obsceno

Me pergunto se o booster de reconstrução é tão pungente quanto seu irmão.

Contudo, toda essa exorbitância nutritiva não deve amedrontar cabelos finos. A entrega de resultados dribla o peso, garantindo fios bem soltinhos e leves.

Lógico, não é um produto para encher a mão e passar sem dó. Precisa ter parcimônia e saber respeitar o efeito turbo do booster.

Um pump rende horrores e, dependendo do volume da cabeleira, pode ser suficiente (para mim, é até demais).

Tratamentos nutritivos, geralmente, conseguem doar luminância aos fios. Mas, nos meus cabelos, toda a linha Match Ciência das Curvas deixou a desejar nesse aspecto.

Precisaria usar o booster com shampoos e leave-ins potencializadores de brilho para ver como ele performa.

Porém, a princípio, não destacaria “brilho” como um grande benefício da linha. Mas isso, claro, é só minha avaliação pessoal.

Posso questionar o brilho, mas em hipótese alguma contestaria a maciez. Ela impera.

Certamente, um dos pontos fortes (fortíssimos!) da Match Ciência das Curvas.

Outras características:

  • Vegano e 100% liberado para no poo.
  • Indicado para curvaturas 2A a 4C.
  • Perfume intenso e duradouro.

O que falei sobre a máscara se aplica aqui: optei por um creme de pentear que passa anos-luz de minha curvatura (tenho ondulado tímido) por mero avoamento. 

As embalagens são MUITO parecidas e, na euforia da descoberta da linha, ignorei o “pormenor” da especificação.

Em defesa à minha escolha, posso dizer que ela foi mais inconsciente do que equivocada.

As promessas de benefícios do creme de pentear Ciência das Curvas Cachos são menos atrativas para mim. Há uma ênfase na definição e no anti-encolhimento, enquanto a versão Crespos promete o quê? Efeito volumador

Sei que o volume planejado para um cabelo crespo possivelmente não será aquele que cabelos ondulados e fininhos ambicionam. Mas, como diz o Andy Rodrigues “já que tá lá, lateje!”.

Vamos às considerações?

Quanto mais acentuada é a curvatura, maior a dificuldade dos óleos naturais (produzidos pelo couro cabeludo) chegarem à extensão dos fios. Por isso, cabelos crespos tendem a ser mais ressecados.

Um produto destinado a esse público precisa levar essa característica em consideração — especialmente quando se compromete a oferecer uma nutrição potente.

Se você tem o cabelo muito poroso, ressecado por químicas, também pode se interessar por cosméticos com essas propriedades. Bem, ao menos eu me interesso!

Então, na minha expectativa, o creme seria pesadão e atenderia os queixumes de meus cabelos descoloridos.

Te digo assim: ele ajuda muuuuito no controle da porosidade e sinto que ele envolve os fios numa película persistente.

Mas vi consumidores reclamando que o creme resseca os fios.

Mesmo tendo um perfil de curvatura mais aberto, arrisco dizer que entendo os relatos. 

Meu cabelo também ficou ressecado e bastante opaco em algumas situações. Efeito rebote? Talvez.

Testei quantidades maiores, menores e até enxaguei após um tempo de pausa.

O que deu mais certo, para mim, foi apostar na finalização de chuveiro e, após o banho, nos cabelos ainda úmidos, aplicar ao menos um pump do óleo Ciência das Curvas.

Tenho a impressão de que o creme adere muito rápido aos fios e, ao agregar uma película (que, acredito, tem função modeladora), é preciso garantir que essa película não roube a cena.

É necessário usar produto suficiente para que todo o cabelo receba seu quinhão. Mas não demais, porque aí a película se agiganta e suga a hidratação dos fios, levando a um sensorial encerado, sem brilho e extremamente ressecado.

Na hora em que aplico o creme Match Ciência da Curvas, meu cabelo “infla” — me lembra um pouco o sensorial da máscara Força e Engrossamento Salon Line.

A sensação é muito gostosa e satisfatória.

Mas, considerando que estamos falando de um creme de pentear para cabelos crespos e que promete muita nutrição, fica a dúvida: será que o efeito final será condizente com a imagem projetada durante a aplicação?

Pois, cara-criatura-de-cabelos-finos, temos nesse creme um achado.

Em todas as ocasiões — mesmo quando errei a mão na dosagem — o volume surgiu esplendoroso.

E digo mais: o efeito ficou ainda mais proeminente quando abusei da quantidade (o sensorial ficou péssimo, mas o visual foi supremo).

Sabe cabelo cheio, sem minguância nas pontas

Resultado muuuuito próximo ao de um produto de styling volumizante/espessante.

Ah, importante: contrariando (minhas) suposições, o creme Match não pesa, não “enseba” os fios. 

Se utilizado em excesso, ele confere um tato esquisito. Mas não prejudica a desenvoltura dos fios.

E as ondas? Afff… magníficas! Bem marcadas, esculpidas.

Para mim, 10 de 10 em termos de volume e estilização.

Fiquei tão positivamente surpreendida que estou querendo apostar em outras linhas para cabelos crespos, só para ver se a mágica se repete.

É até engraçado porque, alheia a qualquer erro de finalização (inclusive quando os cabelos ficaram com aquele aspecto ressecado que mencionei), a maciez sempre se impôs.

O Boticário dá muita ênfase à alta perfumação e rendimento da Match Ciência das Curvas. Mas, na minha opinião, deveria dar igual destaque ao quesito maciez.

Quanto ao “movimento”, faria apenas uma ressalva.

Por se tratar de um cosmético que atua na modelagem dos fios, o creme de pentear acaba imprimindo uma fixação suave (muito bem-vinda para longevidade de definição da curvatura). 

O cabelo fica com um movimento ultra gerenciável — dá pra jogar ele de um lado para o outro, mantendo um caimento super natural

Porém, eles não ficam 100% soltinhos, como se comportariam com um leave-in aquoso, por exemplo. 

Nem acho que essa seja a proposta de um creme de pentear. Mas, ainda que seja uma informação irrelevante, pensei que valia o adendo.

Outras características:

  • Creme para pentear vegano.
  • 100% liberado para no poo.
  • Facilita o desembaraço.
  • pH 3,5 a 4,5.
  • Fácil de espalhar.
  • 3x menos quebra.
  • Com proteção térmica e UV.
  • Pode ser usado diariamente.

Tô aqui ponderando os benefícios informados, revendo comentários de consumidores, fazendo comparações entre o óleo Ciência das Curvas e outros óleos capilares que conheço.

Destacaria 2 pontos: 

1) A embalagem realmente não é das mais adequadas — a válvula dá umas “trancadas” e a forma como dispensa o óleo dificulta a dosagem (por exemplo, se você quiser quantidade inferior a um pump, precisará encontrar uma tática de pressão que não gere desperdício).

2) O óleo, de fato, é fino e aquoso. Contudo, não vejo que isso o torna inofensivo. Ele some rapidinho dos fios, mas entrega nutrição. A questão é que ele não é siliconado (o que o torna mais leve, se comparado a outros tantos óleos que conhecemos) e sua textura é extremamente fluida, distante de um sensorial que, por hábito, costumamos relacionar à ideia de um óleo concentrado. 

O único óleo que conheço que teria semelhanças com a proposta do óleo Match Ciência das Curvas seria o Kálice da Inoar

Em função de sua peculiaridade, fiquei feliz com a aquisição.

Gosto de experiências diferentes, gosto quando um produto proporciona uma quebra de padrão.

Mas, seria simpático se o Boticário deixasse isso claro, evitando desilusões de quem, como eu, faz compras online (muitas vezes, sem ter o prévio contato com produto numa loja física).


Enfim, feitas as observações preliminares, vamos a discussão sobre os benefícios apontados pela marca:

Instantânea sim, pois o óleo é rapidamente absorvido e não deixa resíduos.

Profunda? Devo entender, por essa alegação, que ele chega nas camadas mais recônditas dos fios?

Bom, se for por aí… não duvido.

Mas se a gente pensar em profundidade como sinônimo de “carga pesada”, aaacho que pode rolar uma divergência de opiniões.

Ôoo Boticário, me perdoe, mas vou discordar.

Um óleo que indica alto rendimento precisa superar concorrentes, pois quem está familiarizado com óleos capilares já tem uma noção de medida para calcular custo-benefício.

O óleo Lola Xapadinha, por exemplo. Creeedo, uma gota daquele negócio percorre o mundo!

Já o óleo Ciência das Curvas acaba demandando uma quantidade maior da que costumo utilizar — o que, nas minhas contas, implica num rendimento menos generoso.

Ponto válido! Quando combinado ao condicionador Ciência das Curvas na função de leave-in, o resultado fica mais expressivo.

Tal como outros óleos, ajuda a minimizar o problema. 

Acho a alegação digna.

Mas, se estivesse em busca apenas desse benefício, optaria por um óleo siliconado. 

Sei que isso destoa da prerrogativa da linha, mas, nos meus cabelos, um siliconezinho funciona tão bem…

Repito: considerando os cosméticos que tenho como referência na promoção de brilho, a linha Match Ciência das Curvas não chega a ocupar espaço no ranking.

Em contrapartida, maleabilidade é um adjetivo bem honesto.

Outras características:

  • Pode ser usado nos cabelos úmidos ou secos.
  • Vegano e 100% liberado para no poo (sem sulfato, parabenos, silicone e sal).
  • Com 10x mais óleos (comparado ao condicionador da linha).
  • Fragrância que oferece frescor e conforto, trazendo toda a sofisticação Match Boticário.
  • Indicado também para umectação.

Comprei o sérum para couro cabeludo Ciência das Curvas movida, exclusivamente, pela curiosidade.

Quando a Lola lançou a linha Plot Twist, fiquei intrigada com o elixir revitalizador. Achei a ideia diferentona e imaginei que representaria um carinho para o couro cabeludo

Aí, ao ver que O Boticário oferecia um produto com objetivo similar, pensei: é a oportunidade de testar essa categoria de cosmético.

A questão é que a utilidade básica do sérum é aliviar desconfortos no couro cabeludo — coisa que não tenho.

Então, fica complicado avaliar a eficácia, né verdade?

Portanto, sobre esse cosmético, fico mais no campo das conjecturas.

No caso de produtos para couro cabeludo sem enxágue — como é o caso do sérum — o fato de ser “no poo” pode apresentar algumas vantagens.

Por não conter sulfatos, parabenos e silicones, a possibilidade de causar irritações e acúmulos de resíduos é menor

Logo, o cosmético tende a ser uma opção mais segura, especialmente para quem tem couro cabeludo sensível ou condições como dermatite — a não ser, claro, que você tenha alergia a algum ingrediente específico da fórmula.

Oleosidade nula e absorção quase instantânea.

Bem aguadinho, é fácil de espalhar. A ponteira do frasco ajuda no processo de distribuição.

Prefiro usar nos cabelos secos, porque, do contrário, tenho dificuldade de sentir o depósito do sérum na pele.

Dá uma olhada nos ingredientes de destaque da fórmula:

  • 5% Propanediol: agente umectante que contribui com a hidratação.
  • 2% Triglicerídeos: atuam como poderosos emolientes.
  • 1,85% Complexo Hidro-Prebiótico: equilibra a biota do couro, contribuindo para o aumento da qualidade da saúde capilar.

Bom, julgando por aí, dá para presumir que o sérum Ciência das Curvas contribui para o scalp care

Acredito que, cada vez mais, vamos encontrar cosméticos que incluam o couro cabeludo na rotina de cuidados com a pele

E, tal como acontece no skincare (facial), os resultados mais promissores virão da sintonia entre o tipo/estado da pele e a proposta do cosmético utilizado.

Levando em conta que o sérum do Boticário tem como foco o couro cabeludo ressecado, é esse perfil de público que pode falar, com propriedade, dos benefícios percebidos.

Eu, que hoje tenho um couro cabeludo “normal” (nem excessivamente oleoso, nem muito seco) só posso afirmar que gostei da performance da hidratação

Não trouxe oleosidade extra e, nos dias em que a gente passa muito tempo com o cabelo preso, traz uma suavidade confortável, relaxando a pele.

Para fazer uso inteligente do sérum, pretendo incluí-lo em meus dias de detox, pós-esfoliação do couro cabeludo.

Outras características:

  • Ação calmante.
  • Sérum vegano.
  • Alta perfumação e alto rendimento.

No resumão: meus grandes xodós da Match Ciência das Curvas são o booster e o creme de pentear. São itens que agregaram novas experiências ao meu repertório cosmético.

Curti muito a proposta do sérum para couro cabeludo, mas entendo que não sou o público-alvo do produto.

O óleo, por ser diferente daqueles que estou acostumada a usar, trouxe uma nova perspectiva sobre a categoria. Mas o preço salgado e a embalagem pouco ergonômica são pontos negativos, que pesam na avaliação geral da compra.

Máscara e condicionador são ótimos, rendem muito e amei o resultado de selamento de pontas e redução da porosidade — especialmente com o uso do condicionador na função de leave-in. Não são itens revolucionários, mas cumprem com excelência suas funções.

Já o shampoo, foi meu vilão. Infelizmente.

Ficaria encantadíssima se, como alternativa ao shampoo low poo, o Boticário oferecesse um co-wash Ciência das Curvas. Pena que (ao menos por enquanto) a linha não contempla esse item.

Crédito da imagem de capa: Unsplash | Shubham Dhage

2 Comments

  1. Fátima Santos

    A linha ciência das curvas pode ser usada no cabelo grisalho?

    • outroseus

      Oi Fátima!
      Me empolguei com sua pergunta e agora estou querendo fazer um texto sobre cuidados com cabelos grisalhos!
      Mas deixa tentar te responder objetivamente aqui.
      Embora O Boticário não especifique que a linha Match Ciência das Curvas seja indicada para cabelos grisalhos, ela apresenta características totalmente compatíveis com a necessidade desse tipo de fio.
      Primeiro que, por ser bastante nutritiva e hidratante, ela atua justamente numa das principais demandas de cabelos grisalhos: o combate ao ressecamento.
      Aliás, se você procura por um produto bem potente e prático nesse sentido, sugiro que dê uma namorada no booster de nutrição. Acredito que ele te atenderá muito bem.
      O segundo ponto que merece destaque é a fórmula mais natural, que evita o uso de aditivos que possam comprometer a cor dos fios.
      Minha única ressalva — como você deve ter percebido na resenha — é em relação ao shampoo. Julgando pelas experiências que tive, diria que ele não é dos mais adequados para cabelos delicados. Mas, claro, isso é apenas uma opinião pessoal. Se você costuma usar shampoos low poo e tem bom relacionamento com eles, talvez sua experiência seja oposta à minha!
      Caso sua dúvida seja sobre algum aspecto dos produtos que deixei de atentar, me avise, tá bem? Será um prazer continuar a conversa!

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